FUNDADORES
Inspira-se o Carmelo em 2 figuras bíblicas: Elias e Maria
Elias: Profeta Solitário
Sedento de Deus
Homem do deserto
Maria: Fecundada pelo Espírito Santo
Virgem do coração novo
da escuta sábia e contemplativa
Nós nos chamamos Carmelitas porque a nossa Ordem nasceu no Monte Carmelo (Palestina) marcado pela presença e pelo espírito de Elias e sob a proteção materna da Virgem Maria.
A história do Carmelo é encantadora e sugestiva como poucas. É a única Ordem que nasceu no Oriente e que na sua origem se funda nas páginas da Bíblia, inspirando-se em duas figuras bíblicas: Elias e Maria.
MONJAS DA ORDEM DOS IRMÃOS DA BEM-AVENTURADA
VIRGEM MARIA DO MONTE CARMELO
ou
Monjas Carmelitas de Clausura papal da Antiga Observância.
A Monja Carmelita de Clausura é uma mulher arrebatada pelo Absoluto de Deus e que deseja gastar sua vida vivendo em Obséquio de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe. É o amor que a impulsiona a fazer a entrega de todo o seu ser pelo bem da Igreja e de toda a humanidade, especialmente pelos sacerdotes. Mediante essa oblação de si mesma é associada à Obra Redentora de Cristo na Cruz, na qual participa de forma especial, contribuindo assim à salvação das almas.
Que é a Clausura?
Todo cristão é chamado ao seguimento de Jesus, a estar com Jesus. Mas esse seguimento de Jesus na vida consagrada se distingue por ser um chamado especial a seguir a Jesus mais de perto a fim de viver com Ele na mais profunda intimidade.
Sinal especial desta realidade é a Clausura das Monjas. Jesus quis dar a alguns homens e mulheres o precioso dom de manifestar ao mundo que só o amor é eterno e que não há maior amor que dar a vida pelos seus amigos. A Clausura é uma linguagem cheia de simbolismos pelos quais se quer comunicar à humanidade que só Deus pode encher os nossos corações, que Ele é a alegria e a felicidade verdadeiras, que Ele é o único necessário.
Por amor a todos nós Jesus quis ficar na Eucaristia para ser nosso alimento, nossa fortaleza e nosso companheiro no caminho da vida. Assim como Jesus quis ficar oculto e encerrado no Sacrário por nosso amor, a Monja Carmelita também quer viver oculta e encerrada na Clausura por amor a Jesus e a todos os homens e mulheres, seus irmãos e irmãs. A Clausura é o espaço onde se realiza uma troca íntima de Amor entre Jesus Cristo e a Monja para o bem de toda a humanidade.
NOSSA ORIGEM
Alguns cruzados europeus, eremitas e penitentes se concentraram no final do século XII, foram tocados e incentivados pela solidão e vegetação do Monte Carmelo e lá ficaram como conta um historiador da época: “Levando vida solitária nos alvéolos de pequenas celas, proporcionando doçura espiritual como abelhas do Senhor” (Jaime de Vitry). Daí tomaram o nome de Carmelitas ou Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
A norma de vida, dada por Santo Alberto Patriarca de Jerusalém, no princípio do sec. XIII se refere a um grupo de eremitas. O Carmelo, nasceu, então, como uma fraternidade de Irmãos contemplativos e orantes”.
Ao passarem para a Europa, em 1238, a Igreja os incluiu entre as Ordens Mendicantes, unindo a vida apostólica à contemplativa. Deles são originárias as Monjas.
A nós continua como missão o sonho primeiro de “quais abelhas diligentes oferecer ao mundo o mel da doçura espiritual”.
O início da nossa vida se deu como na dos Frades ao sopro manso e suave do Espírito Santo, que moveu corações e abriu horizontes. Desde os albores do século XIII, quando se organizava o Carmelo, houve mulheres que trataram de enriquecer suas almas com a direção dos Carmelitas… Viviam segundo o espírito da Regra e as tradições da Ordem, porém, até meados do século XV, não desfrutaram de uma organização canônica. Foi o Beato João Soreth (+1471) Geral da Ordem, quem no dia 07/10/1452 (a exatamente 570 anos) obteve do Papa Nicolau V a bula “Cum nulla”, pela qual ficaram organizada a Segunda Ordem, ou as Monjas da Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Neste empreendimento o ajudou a beata Francisca d’Amboise (+1452) que pode ser considerada como a “cofundadora ou primeira Madre” das Carmelitas Contemplativas Na França. Logo se estenderam pela Europa.
Missão das Monjas
A missão da Carmelita é orar e amar; viver a oração com o amor. Imolar-se pela Igreja e pelas almas, principalmente pelos Sacerdotes. Seu “apostolado” é, em verdade, desconhecido, oculto.
Este apaixonado e desinteressado amor à Igreja , ao povo que caminha na luta da vida é a nota característica do Carmelo e mais explicitamente da Monja Carmelita contemplativa.
As alegrias e as angústias dos irmãos toca o coração da Carmelita. Sua vida na clausura, na solidão, no silêncio não é impedimento mas sim instrumento para que possa “sentir” o coração oprimido, machucado, abatido dos irmãos de caminhada, indicando-lhes a fonte da luz, da paz, da alegria e do amor: Jesus, a Boa Nova reveladora do amor inalterável e infinito do Pai. “Ser de Deus no meio do povo, vivendo o Evangelho como Maria!” Ideal que é prolongamento da vida interior da Virgem Maria sobre a terra que se resume na adesão de seu coração virginal à Pessoa e Obra do seu Filho Jesus.
Com Isto queremos ser: “Alavanca que move o Mundo”.
O ponto de apoio que traz consigo a possibilidade de nos elevarmos sempre mais na intimidade com Deus, numa vida a Ele dedicada, é a oração. A Igreja conta com a Carmelita, na sua missão orante, para que a transformação do mundo, a sua elevação se opere, numa abertura, crescente à ação do Espírito Santo, brisa suave e fogo devorador.
A Ordem do Carmo sempre foi a Ordem da oração, da intimidade com Deus. A Carmelita procura fazer seu o lema do Salmista “Eis-me aqui, Senhor, venho para fazer tua vontade”. (Salmo 40,8)
NOSSA HISTÓRIA;
MOSTEIRO MATER CARMELI
As Monjas Carmelitas são mulheres que descobriram o valor absoluto do Reino de Deus, e querem fazê-lo realidade no mundo.
Com tal objetivo, em 6 de fevereiro de 1991, a Irmã Maria do Carmo Silveira Moraes, Priora do Mosteiro Flos Carmeli, consultou a Dom Rubens Espínola sobre uma fundação em Paranavaí. Em 9 de março, Dom Luiz Eugênio Perez, Bispo de Jaboticabal, apresentou a Dom Rubens as Monjas Carmelitas Maria do Carmo Silveira Moraes e Alice Cruz, do Mosteiro Flos Carmeli, com o objetivo de tratar do projeto de fundação de um Carmelo na Diocese de Paranavaí.
Por rescrito datado de 13 de março, Dom Rubens consentiu a fundação de um Mosteiro das Monjas Carmelitas Contemplativas e foi criada a comissão para a construção; foi erigido por Dom Rubens em 20 de julho de 1991, dia em que as Monjas chegarem a Paranavaí, vindas do Mosteiro Flos Carmeli de Jaboticabal, São Paulo.
A cerimônia de instalação do Mosteiro teve início com a Missa na Igreja de São Sebastião, celebrada por Dom Rubens Espínola então bispo de Paranavaí e concelebrada por Dom Luís Eugênio Peres, com a pedra fundamental colocada em 6 de outubro de 1991. Dentre os padres destacaram-se Frei Domingos Fragoso, Conselheiro Geral da Ordem do Carmo; Frei Felizberto Caldeira, Provincial dos Carmelitas do Estado de São Paulo; Frei Wilmar Santin, da Comissão Provincial dos Carmelitas do Paraná; Padre João Batista Pimenta, da Paróquia de São Carlos Borromeu, de São Carlos do Ivaí.
No final da Missa foram lidos os Decretos de “ereção do Mosteiro Mater Carmeli e da “Licença para funcionamento da Capela”, na Casa das Monjas. No primeiro, Dom Rubens Espínola, canonicamente, erigiu o Mosteiro em Paranavaí e determinou os seguintes tópicos: 1º) A construção do Mosteiro fica a cargo dos Frades Carmelitas; 2º) Os Frades Carmelitas devem dar assistência espiritual às Monjas; 3º) Que a Clausura seja observada segundo o Direito Canônico e as Constituições próprias.
As Monjas fundadoras do Mosteiro Mater Carmeli foram: Ir. Antonia Lordello, Prioresa-vigária, nascida em Maragogipe-BA no dia 31 de julho de 1925 e professa em 20 de agosto de 1954; Ir. Alice Cruz, nascida em São Paulo-SP no dia 8 de fevereiro de 1929 e professa em 7 de outubro de 1954; Ir. Natalina Grande, nascida em Itu-SP no dia 25 de dezembro de 1928 e professa em 20 de agosto de 1954. Todas contando com 38 anos de Mosteiro. Ir. Tereza Leme da Cruz, nascida em Mogi das Cruzes-SP no dia 23 de setembro de 1924 e professa em 23 de abril de 1956, contando com 37 anos de Mosteiro. Ir. Terezinha Tranche, nascida em Monte Belo-MG no dia 16 de junho de 1934 e professa em 11 de janeiro de 1960, contando com 33 anos de Mosteiro. Ir. Derly de Paula Moreira, juniorista, nascida em Espera Feliz-MG no dia 29 de agosto de 1941 e professa em 12 de setembro de 1989; Ir. Maria de Lourdes Silveira Moraes, juniorista, nascida em Itu-SP no dia 27 de junho de 1972 e professa em 27 de junho de 1990; ambas contando com 3 anos de Mosteiro. Ir. Lúcia Leal Saveli, noviça, nascida no Estado do Paraná no dia 26 de maio de 1965, contando com 1 ano de Mosteiro.
O Mosteiro Flos Carmeli de Jaboticabal sempre sonhou com uma fundação que seria o seu primeiro broto. Por volta de 1988 a 1989 os sonhos chegaram a tomar bulto. Na história do Mater Carmeli podermos dizer que figurativamente se repetiu o que aconteceu com Elias quando orava no Carmelo pedindo chuva. Assim, possibilidades foram cogitadas para uma fundação. Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Petronila, Brasília novamente, Belo Horizonte… E, pela sétima vez… Paranavaí. E houve chuva abundante.
Fazendo um retrospecto, vamos recordar acontecimentos, até em detalhes. Será bom observar como Deus é paciente e quer ver-nos dando passos e fazendo cálculos. Depois Ele intervém como sua graça e aplaina os caminhos.
Desde 1984 os sonhos eram mais motivados: aumento de vocações. O auge foi em 1988, quando o Mosteiro Flos Carmeli festejou 40 anos de fundação. Será que este “Jacarandá” dará seu broto agora?
Em fins de setembro de 1990 houve uma reunião de Provinciais Carmelitas da América Latina, organizada pela Regio Brasil. A Ir. Maria do Carmo, em companhia de Ir. Maria Angélica, participaram tendo havido a oportunidade de contato simultâneo com o Provincial da Província de Santo Elias, com o Provincial da Província Pernambucana e com o Comissário do Comissariado do Paraná, Frei Vilmar Santin.
Ventilou-se ligeiramente o assunto de uma possível fundação, havendo interesse por parte dos três Superiores da Ordem. E o sonho foi de novo despertado.
Em 1990, houve uma reunião em São Paulo, da diretoria, a qual a Ir. Maria do Carmo compareceu para abordar um assunto do Mosteiro. Aproveitando a ocasião, foi feita uma reunião com o Pe. Provincial Frei Felisberto Caldeira de Oliveira, Frei Carmelo Cox, Frei Clementino Eijkelkamjo, Frei Jadival Oliveira (delegado das monjas na Província) e Ir. Maria do Carmo, em que se estudou a possibilidade de fundação. A decisão foi: “Se o Comissariado do Paraná oferece melhores condições, deve-se começar por aí.”
Em 1991 a Madre Maria do Carmo entrou em contato, por telefone, com Frei Vilmar e expôs a possibilidade de irmãs para o Paraná. Ele se mostrou muito feliz com a notícia do Mosteiro “Flos Carmeli” e está pensando em uma fundação em Paranavaí. Será um acontecimento importante neste ano para o Comissariado, que no dia 30 de agosto de 1991 festejamos 40 anos de presença dos Carmelitas em Paranavaí. Frei Vilmar indicou os primeiros passos a serem dados.
Logo no mesmo dia da nossa chegada, durante a Missa em que foi apresentada a comunidade das monjas, o Sr. Prefeito, Rubens Felipe, usando da palavra ofereceu o terreno para a construção do Mosteiro. Nessa mesma ocasião foi dito em público que as irmãs viveriam de seu trabalho. Mas o povo, muito generoso, providenciou as nossas primeiras necessidades.
Desde o começo da fundação sempre recebemos apoio de nossos irmãos Carmelitas do Comissariado, até o dia de hoje.
Começamos a fazer paramentos, bordados e alfaias. Somente em fevereiro de 1998 que compramos a máquina de fazer partículas com a doação da Paróquia de São Sebastião pertencente aos Carmelitas. É mais um serviço religioso.
O povo gosta da presença das irmãs. A missa aos domingos é bem participada. Dizem que se sentem bem aqui, é mais silencioso e aproveita mais. Apreciam a nossa espiritualidade que chegaram a formar um grupo de leigos Carmelitas que foi animado por Frei Romunaldo e o grupo permanece até hoje.
Animados pelas monjas fazem a peregrinação com a imagem de Nossa Senhora do Carmo, nas casas, em preparação a sua festa. E a novena no Mosteiro é bem participada com a celebração da Eucaristia.
20 de julho de 1991 festa de nosso Pai, o Profeta Elias, será sempre um marco que nos recordará a ação de Deus. Nesta Família Carmelitana.